A existência só se faz com essência. A substância talvez seja
detalhe. E o detalhe da essência está na sutileza, e não há espaço para
as brutalidades num mundo de tantas sutilezas. Trágico, e não raro, é
admitir que o toque sutil da educação se tornou artigo raro entre as
pessoas. Não acredito num futuro em que a educação seja coisa do
passado, em que livros sejam peças de museu e professores termos
acessórios do sistema, peças de uma engrenagem, tempos em que temores - e
tremores - batem à porta. É a negação da coexistência das tecnologias
tradicionais, o livro, o professor, e das atuais, modernas, inovadoras,
facilitadoras. Estamos livres para o ócio.
Contudo, temo por transições abruptas, violentas, com valores retomados de modo enérgico para transformações que urgem há tempos. As máquinas não são nada sem seres inteligentes para domá-las. Nosso país se tornou um picadeiro de horrores. Uma vitrine de corpos à mostra, como se não tivéssemos mais nada a oferecer, ao passo que a educação foi esquecida para dar lugar aos comandos dos joysticks, aos movimentos repetidos e às ações mentais repetidas, um clic, um ícone, curtir, compartilhar, caminhando para abismos cada vez mais impossíveis. Não pensar é o deleite das banalidades. Anestesiamos as crianças com a tecnologia e cortamos suas asas, o repetir dos toques esconde, atrás da sutileza do écran, a barbaridade das mentes limitas e acomodadas com tanto ao mesmo tempo. É preciso ter cuidado para não se encher de Nada.
Contudo, temo por transições abruptas, violentas, com valores retomados de modo enérgico para transformações que urgem há tempos. As máquinas não são nada sem seres inteligentes para domá-las. Nosso país se tornou um picadeiro de horrores. Uma vitrine de corpos à mostra, como se não tivéssemos mais nada a oferecer, ao passo que a educação foi esquecida para dar lugar aos comandos dos joysticks, aos movimentos repetidos e às ações mentais repetidas, um clic, um ícone, curtir, compartilhar, caminhando para abismos cada vez mais impossíveis. Não pensar é o deleite das banalidades. Anestesiamos as crianças com a tecnologia e cortamos suas asas, o repetir dos toques esconde, atrás da sutileza do écran, a barbaridade das mentes limitas e acomodadas com tanto ao mesmo tempo. É preciso ter cuidado para não se encher de Nada.
O temor, lógico, é justificável diante de tantas atrocidades que
vemos nossos iguais praticarem, tantas banalidades, barbaridades. A
educação é o elemento transformador da consciência humana, o que nos faz
ponderar, refletir, porém a realidade, embora falem por aí que nossos
números avançam, não é bem isso. Assistimos à tragédia anunciada em que a
cultura se dilui em sons monossilábicos e toques eletrônicos, em que as
expressões não passam de desenhos rabiscados em paredes das escolas,
num campo onde quase nada tem valor. Aliás, de valia maior são os
objetos amados, as telas cintilantes que substituem os cérebros, a
partir do momento em que as gerações transferem às máquinas a capacidade
- ou o dever - de pensar. Para quê? Para mais tempo de ócio! Diversões
que alienam, anestesiam, divertem, destroem e deseducam como nunca
antes. Perdemos o sabor, o viço. Somos domados pelas máquinas, com
direito às rédeas do conformismo.
O tom enérgico com que os valores são impostos vem normalmente
atrelado às consequências danosas que, aos poucos, fomos aprendendo a
admirar. Boas músicas são tratadas com tom de deboche, a TV celebra, por
vezes, a idiotice, as atitudes se nivelam por baixo pois o caráter
também procede assim. Negligenciamos as barbaridades e colocamos em
nossa vitrine máquinas inteligentes ao invés de pessoas inteligentes. A
perdição está em deixar de pensar, um ato tão sutil, cujo valor de
transformação foi esquecido. Somos livres para (não) pensar!
Talvez por que ainda não tenhamos conhecido a liberdade, encantados com nosso escravismo invisível, ou mesmo por que ainda talvez não conhecemos a verdadeira educação, que ultrapassa os conteúdos escolares. Educar é sentir. Educar-se é sentir-se, em totalidade. Só conseguimos entender a dimensão dos outros quando entendemos a nossa e a educação é o átrio para um outro circo, de entendimento, lúcido, cuidadoso, diferente deste de agora. Ao contrário das banalidades da massificação, que sempre nos quer mais estúpidos, a educação nos faz existir de fato.
Talvez por que ainda não tenhamos conhecido a liberdade, encantados com nosso escravismo invisível, ou mesmo por que ainda talvez não conhecemos a verdadeira educação, que ultrapassa os conteúdos escolares. Educar é sentir. Educar-se é sentir-se, em totalidade. Só conseguimos entender a dimensão dos outros quando entendemos a nossa e a educação é o átrio para um outro circo, de entendimento, lúcido, cuidadoso, diferente deste de agora. Ao contrário das banalidades da massificação, que sempre nos quer mais estúpidos, a educação nos faz existir de fato.
Comentários
Postar um comentário